domingo, 18 de setembro de 2005

Capitalismo

"O trabalhador é tanto mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais cresce sua produção em potência e em volume. O trabalhador converte-se numa mercadoria tanto mais barata quanto mais mercadorias produz. A desvalorização do mundo humano cresce na razão direta da valorização do mundo das coisas. O trabalho não apenas produz mercadorias, produz também a si mesmo e ao operário como mercadoria, e justamente na proporção em que produz mercadorias em geral." Karl Marx

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Autocrítica

“Eu 'pego no pé' dos cristãos porque sou um deles, e não vejo motivos para fingir que somos melhores do que somos. Eu luto contra as garras da falta de graça em minha própria vida. Embora eu não perpetue a severidade de minha criação, luto diariamente contra o orgulho, a inclinação para julgar e um sentimento de que, de alguma forma, devo obter a aprovação de Deus.” Philip Yancey

quarta-feira, 7 de setembro de 2005

Quero ser otimista por Ricardo Gondim

Já reclamaram do meu pessimismo. Alguns protestam que meus desencantos não condizem com a fé. Tudo bem. Tentarei ser mais otimista.

Ando impressionado com o compromisso missionário da fantástica indústria da música gospel. Quão admiráveis são os shows da fé. Os empresários que caçam talentos realmente se preocupam em transformar seus artistas em verdadeiros adoradores. Os produtores não ambicionam lucros, mas em mudar o Brasil através da música.

Cada dia fico mais admirado com os conteúdos dos sermões evangélicos. Noto que há uma grande preocupação, entre a maioria dos pastores, de anunciar as boas novas do evangelho. A abundância dos expositores das verdades bíblicas torna esta pátria um celeiro de grandes tribunos. Que maravilha observar como os evangelistas nacionais são teológicos e como os teólogos são evangelistas. Há uma fartura de oradores do calibre de João Wesley, A. W. Tozer, Spurgeon e tantos outros grandes pregadores do passado.

Causa admiração ver a igreja brasileira copiando os projetos americanos de gerenciamento eclesiástico. Aprender administrar a igreja como fazem os pastores das mega igrejas do norte é empolgante. Dá vontade de bater palmas quando se observa pequenas igrejas das periferias pobres buscando imitar as ricas comunidades suburbanas do país mais opulento do mundo.

É preciso reconhecer que nem tudo o que se faz entre os evangélicos é copiado. Existe muita criatividade nas igrejas legitimamente brasileiras. Os vales de sal grosso, a água pura de cachoeira, as rosas e as espadas fomentam uma fé sem paranóias, neuroses e outras patologias religiosas. Todos deveriam celebrar que em um mega evento recente foram distribuídos seiscentos mil bolos para comemorar o aniversário de um grande servo de Deus, principalmente quando se sabe que sal ungido fazia parte da receita do bolo. O sal não servia para temperar, mas para transformar as pessoas em melhores testemunhas de Cristo.

Fico admirado cada vez que um novo líder recebe a unção de apóstolo e em cada programa de rádio que se propagandeia os jejuns de um bispo. Quero pular de satisfação quando ouço alguém falando em línguas na televisão. Quanta humildade! Os milagres acontecendo a granel e que são alardeados com tanta freqüência devem ser fruto dessa piedade profunda.

Entendo a nobreza do silêncio de muitos pastores diante de pequenas bobagens que talvez infestem as igrejas. Eles acreditam que quando se está ganhando almas, não é ruim mentir em nome de Deus, manipular em nome de Jesus e extorquir em nome do Espírito Santo.

Verdadeiramente procuro me animar e ser otimista. Tento me convencer que esse evangelho midiático promoverá um glorioso avivamento religioso e que o Brasil será exemplo para o mundo.

Só não compreendo porque não consigo tirar o evangelho de João da minha cabeça. Aquela cena, Jesus virando as mesas do templo, de repente, fica tão nítida. Parece que ouço o estalar do chicote expulsando os cambistas. Acho que estou delirando.

Soli Deo Gloria.